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ARTIGO: Vírus expõe desigualdades gritantes entre ricos e pobres

A crise está expondo desigualdades gritantes entre ricos e pobres no mundo desenvolvido, e está prestes a refletir desigualdades ainda maiores entre o Norte e o Sul. Nós precisamos agir.

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Foto: ONU

Em artigo, a diretora-executiva do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), Winnie Byanyima, demonstra preocupação com o impacto da COVID-19 na África e nas pessoas vivendo com HIV/Aids. Ela afirma que a falta de investimento nos sistemas de saúde, as dívidas crescentes e a enorme sonegação de impostos corporativos, deixaram o continente mal preparado para enfrentar esta emergência.

“Os custos para acessar os serviços de saúde negam às pessoas comuns o direito à saúde. Este é o momento de acabar com estes custos. Os países ricos estão injetando bilhões de dólares em suas próprias economias e sistemas de seguridade social para manter pessoas e empresas em atividade, mas haverá um enorme apoio financeiro internacional coordenado para os países em desenvolvimento combaterem a COVID-19? Ou estamos nisso juntos ou ninguém está seguro. Nada além de uma resposta global derrotará esse vírus agressivo”. Leia o artigo completo.

Por Winnie Byanyima*

O surto da COVID-19 está pressionando sistemas sofisticados de saúde na Europa e Ásia, com equipes médicas sobrecarregadas lutando para tratar seus pacientes, e instalações de terapia intensiva sobrecarregadas nos países ricos. Imagine, então, o que acontecerá com os sistemas de saúde na África quando o vírus chegar aqui.

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A crise está expondo desigualdades gritantes entre ricos e pobres no mundo desenvolvido, e está prestes a refletir desigualdades ainda maiores entre o Norte e o Sul. Nós precisamos agir.

A falta de investimento na infraestrutura social da África, incluindo seus sistemas de saúde, dívidas crescentes e enorme sonegação de impostos corporativos, deixaram o continente mal preparado para enfrentar esta emergência. Sem a prestação de serviços de saúde pública, as pessoas são expostas a doenças.

Os custos para acessar os serviços de saúde negam às pessoas comuns o direito à saúde. Este é o momento de acabar com estes custos. Os países ricos estão injetando bilhões de dólares em suas próprias economias e sistemas de seguridade social para manter pessoas e empresas em atividade, mas haverá um enorme apoio financeiro internacional coordenado para os países em desenvolvimento combaterem a COVID-19? Ou estamos nisso juntos ou ninguém está seguro. Nada além de uma resposta global derrotará esse vírus agressivo.

Também estou preocupada com o que a COVID-19 pode significar para pessoas com HIV/Aids. Duas em cada três pessoas vivendo com HIV em todo o mundo residem na África Subsaariana. Milhões ainda desconhecem seu estado sorológico e não estão em tratamento. Sabemos que os idosos e aqueles com doenças cardíacas e pulmonares preexistentes, incluindo as pessoas que vivem com HIV, estão em maior risco. Portanto, é essencial que as pessoas com HIV/Aids sigam as mesmas orientações para evitar o vírus que a população em geral. Além disso, nunca foi tão importante testar pessoas para o HIV e proporcioná-las o tratamento antirretroviral.

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Para as pessoas que vivem com HIV/Aids, e que já estão em tratamento, os governos devem seguir as diretrizes recomendadas pela Organização Mundial da Saúde de dispensação de medicamentos para vários meses. Isso ajudará a aliviar a carga nas unidades de saúde quando a COVID-19 chegar e permitirá que as pessoas mantenham seus regimes de tratamento ininterruptamente, sem correr o risco de aumentar a exposição ao vírus para coletar seus medicamentos. Devemos garantir que grupos vulneráveis de pessoas vivendo ou afetadas pelo HIV/Aids não sejam esquecidos na pressa de lidar com a crise do coronavírus.

Durante esta situação grave e difícil, o UNAIDS está trabalhando em estreita colaboração com redes de pessoas vivendo com HIV em todo o mundo para garantir que suas inquietações sejam ouvidas e que possam trazer soluções para a mesa. Continuaremos a fazê-lo ao longo desta crise.

A resposta à COVID-19 na África e em todo o mundo deve ser fundamentada nos direitos humanos. Já houveram incidentes em todo o mundo em que indivíduos ou comunidades estão sendo responsabilizados pelo vírus. Isso deve parar. É errado e contraproducente para o bem público em geral. Vamos aprender as lições da resposta ao HIV/Aids e entender que o estigma e a discriminação irão atrasar os esforços para enfrentar essa pandemia.

Na resposta à epidemia de HIV/Aids, os serviços liderados pela comunidade foram essenciais para os nossos avanços mais importantes na prevenção de novas infecções e no tratamento de pessoas. Na resposta à COVID-19, as comunidades, sem dúvida, entrarão nessa brecha, e as autoridades de saúde pública devem se envolver com elas agora e criar confiança para a batalha que se aproxima. Não venceremos sem as comunidades. São as comunidades que projetarão e implementarão suas próprias medidas de prevenção específicas ao contexto, nos mercados, nos ônibus, nos funerais.

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Como vimos na resposta ao HIV/Aids, na maioria das vezes, as mulheres ficarão com a responsabilidade de cuidar dos doentes e garantir que seus filhos e comunidades estejam o mais seguras possível. Devemos garantir que os recursos fluam para elas, para que possam continuar seu importante trabalho, para que sejam justamente recompensadas e que suas famílias permaneçam financeiramente seguras.

Eu gostaria que estivéssemos em um lugar diferente. Em um lugar que todos tivessem direito à saúde e que estivéssemos em uma posição mais forte para enfrentar esse novo desafio. Esse debate continuará e minha voz permanecerá forte. Por enquanto, devemos fazer o melhor possível para nossas comunidades. Vamos ajudar e apoiar um ao outro durante esse tempo — estamos todos juntos nisso e venceremos esse vírus através da solidariedade, compaixão e bondade.

* Winnie Byanyima, diretora executiva do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS).

Fonte: ONU

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COVID-19

Língua inchada, mãos e pés ardendo… podem ser sintomas da COVID-19, diz estudo

A pesquisa foi conduzida entre 666 pacientes Covid-19 no hospital de campanha IFEMA de Madrid, criado durante a primeira onda da pandemia

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Mudanças na língua, nas mãos ou nos pés podem ser sinais de alerta de uma infecção por coronavírus, diz um estudo espanhol realizado por uma equipe de pesquisadores do Hospital de La Paz, em Madrid, que revela que um em cada quatro pacientes sofreu inchaço da língua e quatro em cada dez relataram uma sensação de ardor nas palmas das mãos ou na planta dos pés.

O estudo foi publicado no British Journal of Dermatology como uma ‘carta de pesquisa’ emsetembro, mas só foi apresentado nesta terça-feira (26).

Segundo o The New York Post, as alterações na língua – apelidadas de ‘língua Covid’ – incluem papilite lingual transitória, ou inflamação das pequenas saliências na superfície da língua, e glossite, que faz com que a língua inche e mude de cor.

Outros sintomas na línguatambém podem aparecerna forma de úlceras ou saburra branca irregular.

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O estudo observou também uma sensação de ardor e vermelhidão nas palmas das mãos ou na planta dos pés, seguida, por vezes, pelo aparecimento de pequenas manchas em muitos pacientes.

A pesquisa foi conduzida entre 666 pacientes Covid-19 no hospital de campanha IFEMA de Madrid, que foi criado durante a primeira onda da pandemia..

Por: NoticiasAoMinuto

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COVID-19

Coronavírus pode não ter surgido na China, diz OMS

Coronavírus pode ter surgido fora de Wuhan e não “escapou” de laboratório

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Coronavírus pode não ter surgido na China

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que não há evidências de que Wuhan seja o local de origem do novo coronavírus. A metrópole chinesa é considerada o marco zero da pandemia por ter registrado os primeiros casos de Covid-19.

Após duas semanas de investigações in loco, a OMS passou a considerar que o vírus tenha surgido até mesmo fora da China. A entidade também disse ser “pouco provável” que o coronavírus tenha sido criado em laboratório.

Assista ao vídeo:

Fonte: @CNNBrasil

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Covid-19: Por que as máscaras são tão importantes para evitar a transmissão

De acordo com especialistas, a defesa oferecida pelas máscaras, em especial as que protegem contra pequenas partículas no ar, ainda é a melhor maneira para evitar a contaminação pelo vírus.

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O uso de máscaras faciais e o distanciamento social seguem essenciais para diminuir o risco da transmissão da Covid-19 e são eficazes também contra a nova cepa da doença, afirmam os cientistas.

Abaixo, você pode conferir como as máscaras atuam como barreiras contra o vírus.

Antes de mais nada, o ponto mais importante é o ajuste da máscara ao rosto. A máscara deve estar bem presa no rosto, minimizando a quantidade de vazamentos, especialmente pelos lados e por cima:

Divulgação: New York Times

Ela também deve ser confortável de forma que não seja necessário ficar mexendo nela constantemente. Além disso, o ideal é que ela não se mova nem saia do rosto quando falamos.

Apesar de mais fáceis de colocar e tirar, máscaras que prendem na orelha se tornam bastante desconfortáveis quando aplicamos uma tensão maior para deixá-las mais ajustadas, o que pode tornar seu uso desconfortável.

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Uma sugestão são máscaras que prendem na cabeça ao invés das orelhas. Outra sugestão são máscaras que têm um arame na região do nariz, o que permite um melhor ajuste.

Cada pessoa tem um rosto diferente, então não existe uma máscara que funcione para todos. O ideal é que após a aquisição da máscara se teste o ajuste dela ao rosto e se verifique se não há vazamentos. Aqui um guia do @WearingIsCaring para testar vazamentos:

Divulgação: WearingPPEIsCaring

Com relação a qualidade da máscara, é importante que ela seja tenha ao menos duas camadas mas idealmente três ou mais. Podemos seguir três regras práticas para verificar a qualidade do meio filtrante.

A primeira é olhar a máscara contra a luz. Se for possível observar a passagem da luz por entre a malha, é sinal de que a qualidade da máscara não é adequada.

A segunda regra é tentar apagar uma vela ou um fósforo usando a máscara como barreira. Se você conseguir apagar com grande facilidade é sinal de que a máscara pode não oferecer proteção adequada.

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Por último, você pode borrifar um spray de água através da máscara e verificar a quantidade de gotículas que passam pela máscara. Se ela conseguir reter a maioria é sinal de que ela é de boa qualidade.

Vale ressaltar que o bom ajuste da máscara ao rosto é o ponto mais importante. Mesmo uma máscara de altíssima qualidade perde muito de sua eficiência se não estiver corretamente ajustada ao rosto.

Além disso, é preciso sempre prestar atenção para ter certeza que a máscara não está úmida. Máscaras de pano precisam ser trocadas sempre que estiverem úmidas. Já a lavagem da máscara pode ser feita de forma tradicional só com água e sabão.

Fonte: Observatório Covid 19 BR

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