As psicólogas do ISCTE, Rute Agulhas e Joana Alexandre, professoras do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), desenvolveram um jogo de tabuleiro adaptado a Cabo Verde para ajudar a prevenir casos de abuso sexual de crianças no arquipélago. Destina-se a crianças entre os 7 e 12 anos.

O projeto foi apresentado na ilha do Sal a 8 de março e aborda nove temas transversais à violência sexual, inspirados nas nove ilhas habitadas de Cabo Verde: o corpo e partes privadas, segredos, emoções, a capacidade de a criança dizer “sim” e “não” ou de pedir ajuda quando confrontada com situações de abuso sexual.

“Da nossa experiência em Portugal, e com base na evidência científica nesta área, sabemos que trabalhar temáticas complexas através de estratégias lúdicas é sempre o melhor ponto de partida. Depois, a criação de oportunidades de debate ou de discussão ativa acaba por ser um mecanismo facilitador para a aquisição de aprendizagens sobre aspetos que visam a prevenção do abuso sexual”, explicou à Lusa Rute Agulhas, uma das autoras e especialista que integra também a Comissão do Patriarcado de Lisboa.

“Picos e Avelã à Descoberta das Ilhas do Tesouro” foi desenvolvido por Rute Agulhas e Joana Alexandre, destina-se a crianças cabo-verdianas entre os 7 e os 12 anos, e responde a um pedido da Associação Crianças Desfavorecidas de Cabo Verde (Acrides).

A criação do jogo envolveu a editora “Ideias com História” e representa o culminar de vários meses de trabalho das duas psicólogas em Cabo Verde, incluindo ações de formação a forças policiais, magistrados, professores, médicos, psicólogos e assistentes sociais nas ilhas de Santiago e São Vicente.