Chama-se Martin Antoine Rose, um violinista clássico francês por formação, com descendência polaca, e gravou aos 35 anos um disco dedicado à música cabo-verdiana, pela qual se apaixonou ao assistir a um concerto de Cesária Évora em Paris, cidade onde nasceu no dia 13 de Junho de 1985.

Franco-polaco por ascendência (mãe polaca, pai francês), Martin escolheu como nome artístico Martchín, à maneira dos “nominhos” cabo-verdianos, para lançar um disco resultante dessa paixão, a que chamou Inspiração de Nha Sina e que foi gravado em 2020, antes da pandemia.

Martin Rose escobriu Cabo Verde - tal como muitos outros europeus, e não só - através da Cesária Évora. Apaixonado por Cabo Verde e sua música, hoje tem no mercado um álbum de homenagem à morna e à Diva dos Pés Descalços. 

Intitula-se "Inspiração de Nha Sina" o album acabado de ser lançado por Martin Rose nas plataformas digitais. O título, à partida, já sugere algo intimamente ligado a estas ilhas. E, pode dizer-se, é um trabalho de música cabo-verdiana, onde o violinista interpreta vários temas clássicos da música do arquipélago, sobretudo mornas. 

Em "Inspiração de Nha Sina" Martin Rose quis homenagear a morna e a figura que muito contribuiu para a sua projecção internacional.

"Este albúm é uma forma de homenagem à morna, através dos temas que gravei. Mas, também, incluí algumas coladeiras e um bolero. Oiço tudo o que está disponível sobre música de Cabo Verde, oiço vários estilos e gosto de todos. Cabo Verde tem uma grande variedade de estilos e foi uma surpresa para mim, é interessante ver um país tão pequeno com tanta diversidade de géneros musicais." 

Martin Rose não é músico profissional. É técnico bancário, ainda assim, dedica muito tempo à música. E esse tempo dispensado à música já o permitiu formar muitas amizades com músicos cabo-verdianos. Cultiva, pr exemplo, uma amizade especial com Fantcha, com quem, aliás, já actuou em concertos nos EUA e em Portugal.

A partir da cidade de Montpellier, França, Martin Rose esteve no programa  "À Nossa Maneira", da Rádio de Cabo Verde, com o jornalista Fonseca Soares. Expressando fluentemente na língua cabo-verdiana, variante de São Vicente, o violinista diz falar melhor o crioulo que português.

"Eu não tenho ligação com Portugal. Quando vou a Cabo Verde, é mais fácil para mim falar com pessoas na rua e pedir informação em crioulo do que em portugês. E foi assim que eu aprendi a falar o crioulo", explicou.

Martin Rose espera em breve poder fazer o lançamento de "Inspiração de Nha Sina" em Cabo Verde

----
RTC
Texto de Benvindo Neves
Entrevista por Fonseca Soares